Na mesma data que o porta-aviões italiano Cavour partiu de Fortaleza levando uma missão médica formada de brasileiros e italianos, que irão transformar este navio em um grande hospital flutuante para atendimento de vítimas do terremoto em Porto Príncipe , outro grupo ítalo brasileiro se reuniu nesta capital para reforçar ações de colaboração com o povo haitiano.
O EUBRA, Conselho Euro-Brasileiro de Desenvolvimento sustentável, que através de seu presidente Robson Oliveira e em conjunto com arquitetos brasileiros e italianos coordena há três anos o Projeto Floresta Móbile, reuniu-se com o advogado Raphael Vale da OAB/PA e o Engenheiro e Arquiteto Marcelo Dalmaso – ambos residentes na cidade de Paragominas – para formalizar uma parceria que visa levar o Projeto Floresta Móbile para esta cidade.
A proposta é a de utilizar o know how do projeto – já atuante no Ceará, Maranhão e Pará -, utilizando sobras e resíduos de madeira para produção de mobiliário, luminárias, objetos de decoração de valor agregado e envolvendo e capacitando artesões, marceneiros e presidiários da cidade de Paragominas para produzir as peças. Além deste trabalho sustentável, para cada peça produzida para o mercado outras pecas utilitárias tais como; cadeiras camas mesas etc; será feita para ser doada às vítimas do terremoto no Haiti. O grupo irá também aprimorar o Projeto do Floresta Móbile e produzir um protótipo de casa de baixo custo feita com madeira e tijolos de solo cimento a prova de terremotos e furacões para colaborar com a reconstrução deste país caribenho. O projeto como um todo visa sempre gerar emprego e renda através da produção de objetos de valor agregado com o grande volume de sobras de madeira que usualmente é queimada para produção de carvão.
3.5 milhões de metros cúbicos de madeira são queimados
No Brasil, cerca de 3.5 milhões de metros cúbicos de madeira são queimados todos os anos na região norte e nordeste . São transformados em carvão e usados para cozinhar alimentos em comunidades que não tem recursos pra comprar gás e também em pequenos restaurantes. Segundo pesquisa do EUBRA, este volume de madeira se transformado em móveis ou objetos de decoração de valor agregado podem render 1,2 bilhões de euros por ano.
Esta é a situação deu origem ao projeto Floresta Móbile, que reúne pequenos marceneiros e artesãos do norte e nordeste do Brasil com arquitetos brasileiros e italianos. Juntos, estamos desenvolvendo um novo conceito de design que gera produtos de valor agregado a partir de matéria-prima renovável, dos recursos humanos e dos conhecimentos tradicionais, associados a um sistema produtivo que une uso intensivo de mão de obra e baixa tecnologia.
O projeto atua em regiões de baixo desenvolvimento, incentiva e implementa sistemas agro-florestais, visando promover emprego e renda, segurança alimentar, impacto positivo no clima e na proteção do ecossistema. Atualmente o projeto atua no Pará, Ceará e Maranhão. Os produtos são objetos de decoração, tais como luminárias com lâmpadas Leds alimentadas com energia solar, mesas, poltronas e painéis. Estas peças são produzidas e inspiradas nos grandes nomes das artes e da cultura popular italiana e brasileira. Destacam-se a poltrona e a luminária Kyoto. Hotéis e escritórios corporativos formam o principal público alvo para estes objetos.
EUBRA
Robson Oliveira/ Viviane Farina