Infraero decide aumentar em 10% a área comercial de unidades localizadas nas 12 cidades que receberão jogos

Pontos de venda nas sedes do Mundial devem propiciar receita próxima de R$ 1 bilhão para a estatal neste ano

SHEILA D´AMORIM
DE BRASÍLIA

Daniel Marenco/Folhapress
Lojas do aeroporto de Congonhas, em São Paulo; ideia do governo é oferecer mais artesanato típico e comida regional

A Infraero aumentará em 10% a área comercial -de lojas, lanchonetes e restaurantes- dos aeroportos nas 12 cidades que receberão os jogos da Copa-2014. A ideia é oferecer mais artesanato típico e comida regional.

A Infraero está fazendo pesquisa para saber se os estabelecimentos já instalados atendem à necessidade de quem circula nos aeroportos.

O levantamento, iniciado em Salvador e que ficará pronto em março, servirá de base para as licitações dos novos pontos e dos que estão com contratos vencendo.

“Decidimos que queremos melhorar a área de artesanato e comida local. O resto vamos esperar o resultado da pesquisa. O mix das lojas foi revisado pela última vez há cinco anos”, disse Geraldo Moreira Neves, diretor comercial da Infraero.

De lá para cá, não somente aumentou a quantidade de pessoas que circulam nos aeroportos como mudou o perfil. Com a melhoria de renda, parte da população mais pobre passou a viajar de avião.

Hoje há 3.440 contratos para exploração comercial de espaço nos 66 aeroportos administrados pela estatal.

As 12 sedes dos jogos da Copa concentram mais da metade desses negócios -são 1.868 contratos.

O prazo de aluguel desses estabelecimentos varia de seis meses a dez anos. Segundo Neves, em média, anualmente vencem cerca de 20% dos contratos (688). Como a Infraero suspendeu as renovações, os pontos são licitados novamente.

RECEITA

O uso comercial de uma área maior permitirá ainda aumentar as receitas da estatal, que tem pela frente obras a serem tocadas por conta própria e em parceria com a iniciativa privada.

Em 2010, a receita total da Infraero com exploração comercial de espaços nos aeroportos somou R$ 947,6 milhões. Neste ano, a expectativa é de um crescimento de 16%, chegando a R$ 1,1 bilhão. Os aeroportos das cidades-sede respondem por 84% desse faturamento.

O aumento planejado de lojas considera a estrutura atual dos aeroportos, independentemente dos projetos de ampliação para a Copa.

Segundo Neves, mesmo com esse crescimento, nenhum aeroporto deverá atingir o percentual máximo para exploração comercial -30% da área construída.

“Hoje, os aeroportos do país têm cerca de 20% da área construída destinada ao comércio. Temos uma reserva técnica que vamos usar agora”, disse Neves.

Segundo ele, se após a Copa a Infraero considerar que a área comercial está maior do que o necessário, o total será ajustado.

A prioridade, afirmou, é para o setor operacional. “Se houver necessidade da área de uma loja, ela será deslocada”, disse Neves.

fonte: folha de sp