O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou, nesta terça-feira (22), em Nova York que o país receberá mais investimentos após a elevação da sua classificação pela Moody’s. Segundo Mantega, a notícia trará duas consequências: a entrada de capital de longo prazo, de investidores conservadores (como fundos de pensão) e, de outro lado, a entrada de mais dólares, que deverá ser administrada por meio da compra de reservas pelo Banco Central no mercado.

“Nós estamos comprando reservas, nada impede que elas continuem crescendo, e não há limite de crescimento das reservas brasileiras”, disse.

Segundo Mantega, a mudança na avaliação da Moody’s foi um sinal de reconhecimento do desempenho da economia brasileira diante da crise. “Nós passamos pela crise muito melhor do que os demais países. A crise demonstrou que o Brasil estava mais sólido do que os demais países que já tinham grau de investimento”, disse.

O anúncio da Moody’s aconteceu no dia em que Mantega participou de evento na sede da agência de classificação de risco em Nova York. Dentro de 18 meses, a agência reavaliará os dados da economia brasileira e, segundo Mantega, poderá promover até mesmo uma nova elevação da sua nota.

Segundo o ministro, um dos fatores de destaque na avaliação da agência de classificação de risco foi a melhora da estrutura da dívida brasileira, mais focada no longo prazo. “Eles consideram que não só o país voltou a crescer como tem condições de sustentar esse crescimento nos próximos anos.”

Em São Paulo, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, não comentou sobre as compras de dólares pelo BC no mercado, mas também comemorou o grau de investimento concedido pela Moody’s. Segundo ele, a promoção representa um selo que confirma o que o governo vem dizendo em relação à crise e à resistência do Brasil.

Ele citou três fatores para justificar a importância do “rating”. Primeiro, segundo ele, porque, por ser a terceira agência a conceder a nota ao Brasil, a Moody’s consolida o grau de investimento do país; segundo, porque a melhora foi dada ainda com o mundo em crise, quando as agências ainda estão revisando o grau de muitos países”. E, por último, porque a Moody’s afirmou que o Brasil é um “vencedor” em meio a crise.’

A concessão do grau de investimento faz com que, segundo o Meirelles, haja uma melhora da qualidade dos investimentos no país. “Quanto melhor o rating, mais nós teremos investimentos de longo prazo.”

Folha de São Paulo