A edição desta segunda-feira (11.07) do DCI – Diário Comércio Indústria & Serviços, traz um caderno especial sobre o Belo Monte, a terceira maior hidrelétrica do mundo. Em construção no rio Xingu (PA), a hidrelétrica ficará atrás apenas da Três Gargantas, na China, e da binacional Itaipu. O caderno traz entrevistas exclusivas com Gorete Pereira, coordenadora do Núcleo de Energia da FGV, Luiz Gonzaga Bertelli, consultor de empresas, além de matérias sobre o processo de construção da usina, seu funcionamento, sustentabilidade e muito mais.
A usina deverá custar entre R$ 25 bilhões e R$ 27 bilhões. Em 2012, a estimativa é que haja uma oferta de 12 mil emprego para a construção e, em 2013, o número pode passar para 18 mil empregados. No Brasil, o investimento que será feito nos próximos 10 anos em energia elétrica, pode chegar a R$ 236 bilhões. O Plano de Decenal de Energia 2011-2020 (PDE), divulgado no início de junho deste ano, aponta que o Brasil terá de contratar 19,383 MW de energia nova até 2020 para completar os 61.560 MW que serão necessário. Para Mauricio Tolmasquim, presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), “o Brasil tem excedente de suprimento de energia elétrica até 2014”.
“O principal desafio do projeto é fechar a conta. A falta de concorrentes durante o leilão é prova disso. Se o projeto fosse autossuficiente do ponto de vista econômico, ele teria um número maior de competidores no leilão”, revela Gorete Pereira. Projetado há mais de 30 anos, Belo Monte ainda é um projeto polêmico que está nascendo torto e as dificuldades vão além dos impactos ambientais que podem ser gerados. “É um projeto complicado, mas extremamente importante para garantir o suprimento de energia do País. O Brasil tem um bom potencial de crescimento e necessita, para realizar esse potencial, expandir a capacidade de geração de energia. Belo Monte é fundamental nesse processo”, disse Gorete.
Para o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a Fundação Nacional do Índio (Funai), o projeto é sustentável. A licença ambiental foi condicionada à preservação das reservas naturais. Será construída uma barragem no rio Xingu, e a partir dela, a água será desviada por um canal de derivação. O Ibama e a Funai aprovaram o projeto, porém ainda existe conflito entre os indígenas da região onde o rio corre. Para o Cacique Mutua, índio xavante da tribo o desvio pode, além de secar a floresta, também acabar com a tribo da região. “Enquanto inundam a floresta de um lado, prendem a água de outro; o Xingu vai correr mais devagar, a floresta vai secar em volta”.
Luiz Gonzaga Bertelli, um dos pioneiros do programa Proálcool e também diretor da Usina da Barra, analisou a importância da Usina Hidrelétrica Belo Monte no contexto do cenário energético brasileiro. Para ele, o cronograma de Belo Monte não está sendo obedecido, e a construção da usina, no rio Xingu, poderá sofrer inevitáveis atrasos, com a conclusão prevista para 2019. Bertelli também afirma que o Plano Decenal de energia não prevê a construção de novas usinas nucleares até 2020 além de Angra III. As fontes renováveis e limpas terão prioridade, embora o plano preveja também a construção de usinas térmicas movidas a combustíveis fósseis.
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Fonte| DCI – Diário, Comércio, Indústria e Serviços – www.dci.com.br
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