BEYONCÉ ESTÁ chegando ao Brasil. E traz com ela seis Grammy recebidos no último final de semana; o maridão Jay-Z, um dos mais influentes rappers da história; e o título de artista da década. Artista da década? Bem, não fui eu quem soltou essa, mas concordo.

Muitos dizem que Lady Gaga é a nova Madonna -e não é exagero-, mas e Beyoncé? É a nova quem?

Talvez Beyoncé esteja inaugurando um novo nicho de cantoras pop. Porque seria reducionismo colocá-la na tradição das cantoras negras de língua inglesa. Tina Turner? Whitney Houston? Janet Jackson? Donna Summer? Diana Ross?

Beyoncé é diferente. Consegue unir o vozeirão das citadas acima com performances enérgicas que vemos em shows de gente como Britney Spears, por exemplo, e um apuro pop que remete a Madonna.

Há pouco tempo, em reportagem nesta Ilustrada sobre a turnê da cantora no Brasil -turnê que começa amanhã em Florianópolis-, Thalma de Freitas e os produtores Kassin e Carlos Eduardo Miranda opinaram mais ou menos nessa direção: Beyoncé possui um senso estético que a torna uma artista mais completa do que alguém que conte “apenas” com uma boa voz.

E quando o jornal britânico “Guardian” elege Beyoncé a “artista da década”, não é por acaso.

Hoje com 28 anos, Beyoncé começou a se tornar conhecida no Destiny’s Child. Em 2003, saiu em carreira solo. Tornou-se maior do que sua ex-banda jamais foi.

Se juntarmos as vendas de seus três discos solo com os da época em que ela estava no Destiny’s Child, vemos que Beyoncé é responsável pela venda de mais de 100 milhões de álbuns.

Teve cinco (sim, cinco) singles no topo da parada da Billboard, fora os três nº 1 do Destiny’s Child.
Dois de seus hits, “Crazy in Love” e “Single Ladies”, estão entre as músicas mais ouvidas nos anos 00 (e nem vou citar “Halo”, a música mais ouvida nas rádios brasileiras em 2009…).

Ela ganhou cerca de US$ 90 milhões apenas entre 2008 e 2009. Participou de oito filmes (incluindo “Dreamgirls”) e cantou para Barack Obama (além de ter se apresentado em show particular para o filho do ditador da Líbia, por cerca de US$ 1 milhão, no Réveillon).

Dos EUA à Líbia, passando pela China (onde se apresentou no final do ano passado) e pelo Brasil de Preta Gil (que transformou “Single Ladies” em “Hoje Eu Tô Solteira”), todos amam Beyoncé.

A voz potente, o corpo sarado e perfeito, a habilidade para dançar. Beyoncé está com tudo. “Há uma elegância de tirar o fôlego em seu desejo de nos entreter”, avaliou o “New York Times” após um show da cantora nos EUA. Beyoncé está chegando. Amanhã, Floripa. Sábado, São Paulo. Depois, Rio de Janeiro e Salvador.

Folha de São Paulo