O apelo cada vez maior dos produtos sustentáveis junto ao consumidor e a adoção de regras mais rígidas para o manejo e destinação de resíduos sólidos desenham um cenário promissor para os negócios de reciclagem no país. De acordo com dados da Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa), em 2008 a taxa de recuperação de papéis recicláveis sobre o consumo aparente no país alcançou 43,7%, ante 38,3% em 2000.

Para o presidente da KM Papel, Daniel Klabin Wurzmann, esse cenário é favorável para os negócios da companhia, que hoje vende toda a sua produção no mercado doméstico, em razão do câmbio desfavorável às exportações. “Há um enorme potencial no Brasil, sobretudo quando se compara com o consumo per capita de papel em países como Finlândia e Estados Unidos”, afirma. Enquanto no país esse índice está em 44,6 quilos por ano, no mercado americano, por exemplo, alcança 265,9 quilos por habitante/ano.

Apesar do potencial do mercado doméstico, a KM poderá embarcar uma parte de sua produção à medida que agregar mais valor a seu portfólio, o que deve ocorrer a partir do lançamento da linha própria de cadernos, papéis escolares e formulários contínuos. “Ao agregar valor, conseguimos anular o impacto do câmbio”, explica.

Outra iniciativa da KM que deve beneficiar vendas tanto no mercado doméstico quanto internacional é a obtenção do FSC (do inglês Forest Stewardship Council), selo de certificação mais utilizado em todo o mundo. Conforme Wurzmann, a certificação não é pré-requisito obrigatório para a venda de produtos, principalmente lá fora. Mas ajuda na construção da imagem de empresa sustentável. “Produzimos papel reciclável, reaproveitamos toda a água que utilizamos no processo. É um negócio realmente sustentável, em todo o processo”, afirma.

Valor Econômico