A população pobre será uma das mais prejudicadas com o clima extremoprevisto para os próximos anos pela ONU, comentou a conselheira para assuntos políticos da ONG Oxfam, Kelly Dent, nesta terça-feira.

O anúncio foi feito após a agência de meteorologia da ONU, a WMO (World Meteorological Organization), ter divulgado seu relatório sobre o clima global em 2011, que apontou o ano como o décimo mais quente, além de uma redução na extensão do gelo do Ártico.

“O ano de 2001 foi marcado pelo clima extremo que puniu os pobres do mundo e colaborou para enviar milhões à fome e à pobreza”, disse ela.

A conselheira lembrou que as enchentes na Ásia mataram mais de 1.100 pessoas e fizeram com que o preço do arroz no Vietnã, um dos itens básicos da alimentação na região, subisse cerca de 30%.

“O tempo e a elevação da temperatura são uma ameaça às pessoas vulneráveis no mundo”, salientou.

Nesta semana, a ONG fez fez um alerta sobre as implicações da mudança climática na abertura da COP-17 (17ª Conferência das Partes da Convenção do Clima das Nações Unidas), na segunda-feira, em Durban, na África do Sul.

Segundo o Oxfam, o abastecimento alimentar pode ser prejudicado em nível global, com impacto nas colheitas e nos preços dos alimentos, provocando a escassez de comida, desestabilizando os mercados e precipitando a alta dos preços.

O estudo lista como exemplos a seca no Chifre da África, que causou a maior crise humanitária das últimas décadas, os tufões do Sudeste Asiático, no Vietnã e Tailândia, assim como os incêndios em Rússia e Ucrânia.

fonte: folha de sp