Trinta ativistas do Greenpeace fantasiados de orangotango protestaram diante dos acionistas da Nestlé, na Suíça, contra a destruição de florestas da Indonésia.

Na chegada à Reunião Geral Anual da empresa, na cidade de Lausanne, os executivos foram recebidos com o recado: “Dá um tempo: ninguém ganha com a destruição das florestas”.

A frase “dar um tempo” é referência ao slogan do Kit Kat, uma das marcas de chocolate da Nestlé mais vendidas no mundo.

A ONG pede que a empresa pare de usar óleo de dendê proveniente do desmatamento em seus produtos. “Além de “acelerar a perda de biodiversidade, o desmatamento agrava os efeitos do aquecimento global”, reclama o Greenpeace.

O coordenador internacional da campanha de Florestas do Greenpeace, Pat Venditti, discursou: “Estamos aqui hoje para pedir à Nestlé que mude sua política ‘KitKatastrófica’.”

“Pedimos então que os acionistas usem sua influência para garantir que os produtos Nestlé não tenham qualquer relação com o óleo de dendê ou outros produtos (como papel) fornecidos —direta ou indiretamente– pela Sinar Mas”, disse Venditti.

Comunicado do Greenpeace também informou que na Alemanha, de manhã, ativistas escalaram o prédio da Nestlé e abriram uma grande faixa mostrando como os orangotangos estão sendo ameaçados.

Contratos

A ONG afirma que 200 mil pessoas em todo o mundo já enviaram e-mails e centenas ligaram pedindo que a Nestlé mude sua política de compras.

Como resposta à campanha, iniciada em março, o Greenpeace diz que a Nestlé já cancelou todos os seus contratos diretos com a Sinar Mas, a maior produtora de óleo de dendê da Indonésia.

Mas, segundo a ONG, a Nestlé continua comprando óleo de dendê indiretamente da Sinar, como da fornecedora Cargill. Além disso, a multinacional suíça também usaria, em embalagens, papel fornecido pela Asia Pulp & Paper, braço da Sinar no setor de papel.

“A cada dia que a Nestlé deixa de tomar atitudes concretas para tirar o desmatamento –e a Sinar Mas– da sua cadeia produtiva, mais ela empurra os orangotangos para a beira da extinção”, disse Venditti.

A Indonésia apresenta uma das taxas de desmatamento que cresce com maior velocidade no mundo, segundo comunicado do Greenpeace. “O óleo de palma e a produção de papel e celulose são os maiores vetores de destruição florestal na região”, afirma a ONG.

FSP