O combate ao desmatamento será tema de um dos muitos eventos paralelos que o governo federal fará durante a Rio+20, afirmou hoje em São Paulo a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. Segundo ela, o governo está definindo a agenda de atividades que ocorrerão simultaneamente à cúpula dos chefes de Estado.

“A partir de 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente, começam as atividades que envolverão governo, sociedade civil e empresas”, disse a ministra. O encontro dos líderes dos países será entre os dias 20 e 22 de junho.

Até o mês que vem, deve ser lançado um plano de comunicação de massa sobre a conferência. A ideia é apresentar a Rio+20 para os brasileiros, mas o cronograma está atrasado por causa do processo de licitação para contratar as agências, disse uma fonte ligada ao governo.

“A sociedade está se articulando, teremos muitos eventos nacionais e internacionais ligados à conferência”, afirmou a ministra.

Ela não quis comentar, no entanto, a prorrogação do decreto que suspende a multa para proprietários rurais que desmataram ilegalmente suas propriedades. Prorrogado por 60 dias (tempo em que o Congresso espera aprovar a polêmica reforma do Código Florestal), o novo decreto expira pouco antes da Rio+20.

A reforma do Código Florestal é vista como um retrocesso pelos ambientalistas e pode “manchar” a imagem do Brasil na Rio+20.

Izabella Teixeira participou do lançamento do Grupo de Trabalho do Carvão Sustentável, pacto assinado entre 49 empresas e ONGs, entre elas o Instituto Ethos, para combater o trabalho escravo e o desmatamento de áreas de florestas nativas na cadeia de produção do carvão vegetal.

O carvão é utilizado para a produção de ferro-gusa, matéria prima da indústria de aço. “Cerca de 49% do carvão vegetal produzido no Brasil vem de matas nativas, o que é inaceitável”, disse Teixeira.

fonte: folha de sp