Os Fóruns Permanentes de Sustentabilidade da Amazônia e do Litoral Norte Paulista, presentes na COP-15, tiveram muitas atuações significativas no acompanhamento das discussões nas plenárias da Conferência do Clima.

No dia 7 de dezembro, os delegados Hércules Góes, Hércules Magnus, Erundina Barbosa de Oliveira e José Francisco Paccillo, não ficaram contentes com a posição da Arábia Saudita, que propôs na plenária, compensações e mitigações pela perda de receita na exportação de petróleo, com a obrigação da redução de gases de efeito estufa que os países do petróleo terão que fazer para se adaptar às novas metas dos países com grande força econômica.

Os delegados brasileiros, assim como o conjunto da delegação nacional, entendem que o Brasil teria mais direito de discutir esta questão, já que está investindo milhões de dólares no pré-sal, muito embora contestado este investimento pela depredação ambiental, que fará e os ônus que mandará para o meio ambiente, principalmente nas regiões do litoral norte de São Paulo e Bacia de Campos.

Os delegados brasileiros também manifestaram descontentamento com a posição da Dinamarca que, anfitriã do evento, sugeriu posições muito softs com relação às metas de redução de gases de efeito estufa, no momento em que o planeta precisa ter atitudes sólidas e radicais; como Marcelo Silva, do Greenpeace brasileiro, que foi enfático: “Ou radicalizamos ou não estaremos aqui para contar a história”.

Esta mesma postura foi adotada pela CONTAG, presente nas discussões, representada pela Fany e também por Ricardo Young do Instituto Ethos e Professor Virgílio, da Fundação Amazonas Sustentável, que comungam das mesmas expectativas dos delegados do Fórum Permanente da Amazônia.

O impacto da COP-15 no mercado de carbono

Analistas explicam como o fracasso em Copenhague atingirá a área em todo o mundo
A conferência do clima da ONU terminou em Copenhague, com os delegados “tomando nota” do acordo fechado por Estados Unidos, China, Brasil e outros países emergentes, que ficou muito aquém das metas originais da COP-15.

O chamado Acordo de Copenhague também trouxe mais incertezas sobre o que acontecerá como mercado de carbono após 2012, quando chega ao fim as regulamentações do Protocolo de Kyoto.
Analistas e negociadores da área opinaram sobre como o desfecho da COP-15 afetará os preços das permissões de emissões de gases na União Europeia (UE) e nos mercados globais em geral. Nesta segunda-feira, os preços nos Estados Unidos caíram 8%, ficando em € 12,40 a tonelada

Qual a implicação do fracasso da COP-15 para os preços do carbono?
Mark C. Lewis, analista do Deutsche Bank
“Não vejo perspectiva a curto prazo para que a União Europeia eleve sua meta de corte de emissões para 2020. Assim, há um impacto negativo. Esperamos que os preços das permissões de emissão da UE caia nas próximas seções”.

Emmanuel Fages, analista do banco Societé Générale
“Os preços não podem cair muito. O sentimento (de fracasso) por si só não é capaz de influenciar tanto os preços”.

Meg Brown, analista do Citigroup
“O resultado insatisfatório da COP-15 faz com que seja improvável que a meta de redução de 20% seja modificada. Isso só deve ocorrer em 2015. Tudo isso tem um impacto negativo sobre os preços das permissões para emissões a curto prazo. Estimamos um valor de € 20 por tonelada, chegando a € 30 em 2020”.

Trevor Sikorski, diretor na Barclays Capital
“O desfecho da COP em Copenhague foi decepcionante, abaixo até mesmo de nossas expectativas mais tímidas. Isso cria um cenário negativos para os mercados (de emissões) do mundo todo. Não vejo nada que incentive investimentos na commodity carbono e nas tecnologias de baixo carbono”.

David Metcalfe, diretor da Verdantix
“Regras mal definidas e um preço do carbono depreciado conspiram para tornar esse um mercado de alto risco”.

Fonte: REUTERS