O Parque Nacional do Cabo Orange (PNCO) é uma unidade de conservação criada pelo governo federal no dia 15 de julho de 1980 para preservar uma variedade de ecossistemas localizados na foz do rio Oiapoque e na costa norte do Brasil, no estado do Amapá.

Seus 619 mil hectares protegem paisagens moldadas pelo contato dos ecossistemas amazônicos com as correntes do Oceano Atlântico. São mangues, campos inundáveis, campos limpos entrecortados por buritizais, cerrados, florestas inundáveis (também conhecidas como várzeas), florestas de terra firme, além de ecossistemas marinhos. É, ao mesmo tempo, um parque continental e um parque marinho, já que aproximadamente 200 mil hectares de sua área estão em águas oceânicas.

O parque, que está situado junto à foz dos rios Oiapoque e Uaçá, abrange terras dos municípios de Calçoene e Oiapoque, sendo que foi a primeira unidade de conservação federal criada no Amapá, estado que tem hoje 55% de seu território protegido por parques, reservas e terras indígenas. O parque do Cabo Orange tem como limites a Guiana Francesa, ao norte; as terras indígenas Uaçá e Juminã e, num pequeno trecho, o Projeto de Assentamento de Vila Velha, a oeste, e o Oceano Atlântico, a leste.

Para além do Oiapoque, no Amapá, está uma região tão selvagem quanto ameaçada. A região foi alvo de disputa entre portugueses e franceses por mais de dois séculos.Situado no estado do Amapá, região Norte, nos municípios de Calçoene e Oiapoque, o Parque Nacional do Cabo Orange não é muito indicado ao turista tradicional. Para chegar-se ao local, além de autorização do Ibama, são cruzados 590 km, a maior parte em estrada de terra, até a cidade de Oiapoque. A partir daí pega-se um barco por longas horas, correndo o risco de passar por marés perigosas no percurso.

Foi criado pelo Decreto nº 84.913 de 15.07.1980. Antes da criação do parque já existia uma reserva indígena que o limitava, o que favoreceu a sua proteção.

Para visitar esta área é necessária uma autorização expedida pela diretoria do Parque. A melhor época para visitação desta unidade é de agosto a novembro. O Parque pertence à unidade de relevo Planície Fluvio-Marinha Macapá-Oiapoque, que se constitui de áreas planas, na faixa de terrenos quaternários, formados por sedimentos argilosos, siltosos e arenosos de origem mista, fluvial e marinha.

O Parque protege uma grande extensão de mangue (uma faixa marítima a 10 Km de largura da costa) e ecossistemas terrestres, além de favorecer a educação ambiental e a pesquisa. As espécies mais significativas do mangue são a siriúba (Avicenia nitida), o mangue-vermelho (Rhizophora mangue) e o mangue-amarelo (Laguncularia sp.). Já os campos da planície do Amapá têm a cobertura vegetal abundante de gramíneas ciperáceas. São encontrados o buriti (Mauritha flexuosa), mururés (Eichornia sp.), canaranas (Echinoa sp.) e o capim-arroz. A fauna apresenta-se bastante rica e diversificada, ocorrendo várias espécies de tartaruga, o peixe-boi (Trichechus inunguis), bem como a avifauna,que merece destaque por ser o litoral amapaense o último reduto de várias espécies outrora encontradas em todo o litoral brasileiro, entre elas o guará (Eudocimus ruber) e o flamingo (Phoenicopterus ruber).

Os habitantes da vila, isolados do mundo pela complicada geografia local, vivem de pequenas roças de banana e mandioca, além da pesca de tucunarés e piranhas. Os ovos de tracajá, uma tartaruga amazônica que prolifera-se na região, têm um alto valor nutritivo e complementam a alimentação. O Ibama pretende alocar os 100 moradores da vila no trabalho de guardiões da natureza, evitando assim os incêndios, desmatamentos, invasões e a caça e a pesca predatórias.

O cenário de Cabo Orange é bastante exótico. Além de observar a vegetação e os animais, é interessante conhecer um pouco da vida simples e difícil dos poucos moradores da Vila de Tapereba. Eles vivem da pesca nos rios e no mar ou trabalham nas fazendas de búfalos, alimentando-se também dos ovos de tracajá,uma pequena tartaruga amazônica. Para chegar em alto mar é preciso enfrentar uma maresia feroz. Na região do parque, os rios têm a água salobra. Por isso os moradores enfrentam uma jornada difícil até o Lago Maruani, onde buscam água doce. Próximo dele está a reserva indígena de Uaçá.

Em Macapá, fora do parque, existem várias atrações como museus, construções históricas e um antigo quilombo com a cultura preservada, que se encontra na Vila de Curiaú, entre outras.

O Parque Nacional do Cabo Orange não possui infra-estrutura alguma. As cidades de Oiapoque e Calçone possuem apenas hotéis de emergência. Infra-estrutura mesmo só em Macapá, que fica a mais de 450km do parque.tuem essa unidade de conservação foram habitadas por várias populações indígenas e, posteriormente, disputadas ao longo de séculos por portugueses, franceses, ingleses e holandeses. Os registros materiais e culturais da história dessa região estão presentes em vários pontos do parque nacional. O próprio nome Cabo Orange, emprestado do acidente geográfico que marca o extremo norte do litoral brasileiro, vem de uma homenagem feita por um holandês à realeza de seu país, que tem a cor laranja como uma marca nacional.