O empresário Eike Batista planeja captar R$ 6,4 bilhões com uma oferta pública inicial de ações (IPO) ao oferecer aos investidores, pela quinta vez em quatro anos, sociedade em uma empresa antes de começar a operar -desta vez, a OSX.

Trata-se de um estaleiro criado em 2009, que pretende construir e afretar plataformas de petróleo à OGX, a petroleira do grupo de Eike, e à Petrobras. O valor da oferta poderá, porém, chegar a R$ 9,9 bilhões, caso o interesse do mercado supere a oferta prevista.
O prazo para reserva de ações começa na próxima terça e vai até o dia 16. Mas, assim como nas demais empresas ofertadas por Eike no pregão, a OSX não venderá, inicialmente, ações a pequenos investidores.

Apenas instituições financeiras, estrangeiros e pessoas físicas com mais de R$ 300 mil terão acesso ao IPO.

O impedimento do acesso de pequenos investidores é um mecanismo criado para protegê-los dos riscos da oferta. Um deles está relacionado ao fato de a empresa ainda não atuar, o que impede avaliar a operação e as perspectivas de receita. Além disso, sua receita virá da OGX, que também não tem receitas porque ainda não está produzindo petróleo.

Sem resultados financeiros para exibir na visita aos investidores que tradicionalmente antecede os IPOs, Eike tem a apresentar, como potencial de crescimento da OSX, a demanda da OGX, que deverá chegar a 48 plataformas de produção nos próximos dez anos, ao preço de US$ 30 bilhões.

Eike também diz que a OSX estará bem posicionada para atender a demandas futuras da Petrobras por plataformas, turbinadas pelo pré-sal, estimadas pelo grupo em US$ 111 bilhões.

Como de hábito, para compensar a falta de resultados, Eike apresenta um organograma repleto de nomes estrelados na nova companhia.

Entre eles estão o presidente da OSX, Rodolfo Landim, ex-BR Distribuidora, além dos responsáveis pela engenharia, Eduardo Musa, e de serviços, Luiz Carneiro, ex-Petrobras.

A negociação das ações da OSX começa no dia 19. O preço de estreia das ações é estimado entre R$ 1.000 e R$ 1.333,33.
A OSX firmou, em janeiro, um contrato de cooperação técnica com o estaleiro coreano Hyundai para transferência de tecnologia no projeto de Santa Catarina. O acordo prevê, ainda, a venda à Hyundai de 10% das ações no capital da OSX, no futuro. Depois da oferta, a participação de Eike deverá ficar entre 52,27% e 59,65% do capital da OSX. O número dependerá do apetite dos investidores.

Se a oferta levantar R$ 6,4 bilhões, como previu a OSX à CVM, o IPO será o quarto maior da Bolsa brasileira. Ficaria atrás de Santander (R$ 13,2 bilhões), VisaNet (R$ 8,3 bilhões) e OGX (R$ 6,7 bilhões).

Folha de São Paulo