Quatro gerações separam o inglês Randal Keynes, 61, do naturalista Charles Darwin. O interesse pelo meio ambiente, contudo, sobrevive no tataraneto de um dos mais importantes pesquisadores da humanidade.

O pesquisador, que é também sobrinho-neto do economista John Maynard Keynes, participou, nesta segunda-feira (13), da abertura da exposição “Darwin Now”, na Universidade Federal do Amazonas, em Manaus. A mostra é parte da reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SPBC), e mostra como o cientista fez suas descobertas, publicadas na obra “A Origem das Espécies”.

Escritor e ambientalista, Keynes é autor do livro “Annie’s Box”, que narra como a morte de uma das filhas de Darwin afetou sua visão da religião. “Quando abri as anotações feitas em seus últimos anos de vida, vi um Darwin completamente diferente do que se conhecia”, disse o escritor em Manaus.

Em setembro, o livro do tataraneto de Darwin será projetado nas telas dos cinemas. “O nome será ‘Creation’, e contará a história do drama de Darwin antes de publicar ‘A Origem das Espécies’, sabendo que o livro seria uma bomba”.

Preservação das Ilhas de Galápagos
O interesse de Keynes por Darwin começou tarde, quando ele liderou uma
campanha para que a casa do naturalista recebesse o título de Patrimônio da Humanidade. “No jardim, há plantas que Darwin trouxe da sua viagem no Beagle [navio em que o naturalista viajou pelo mundo] e que estão lá até hoje”, conta.

A casa acabou se transformando em museu, ainda não houve decisão da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Cultura, Ciência e Educação) sobre o título de Patrimônio da Humanidade.

Keynes também está envolvido em um projeto para proteger as Ilhas de Galápagos, no Oceano Pacífico. O fluxo intenso de turistas e a chegada de animais de fora está ameaçando a fauna e a flora exóticas do lugar. “Faço isso porque aquele lugar foi muito importante para as descobertas de Darwin, e também para o mundo.”

Iberê Thenório Do Globo Amazônia, em Manaus