Washington, 8 nov (EFE).- O empresário Herman Cain voltou a defender nesta terça-feira sua inocência diante das acusações de assédio sexual feitas por quatro mulheres e afirmou que não abandonará a candidatura presidencial republicana nos Estados Unidos.

‘Vou defender minha reputação e não vou permitir falsas acusações que comprometam meu caráter e minha integridade’, disse Cain, em uma movimentada entrevista em Scottsdale (Arizona), um dia depois que apareceu em cena Sharon Bialek, a única das quatro mulheres que denunciou publicamente o empresário.

O escândalo começou quando o site especializado ‘Politico’ publicou no último dia 30 de outubro as acusações de duas mulheres. O caso remonta à década de 1990, quando Cain, um rico empresário, presidia a Associação Nacional de Restaurantes.

Na ocasião, duas empregadas dessa associação se queixaram perante diretores e companheiros de trabalho de um suposto ‘comportamento inadequado’ e ‘sexualmente sugestivo’ de Cain.

Ambas assinaram acordos, com uma cláusula de confidencialidade para manter silêncio, e obtiveram compensações financeiras em troca de abandonar a associação.

Na semana passada houve vários boatos na imprensa sobre uma terceira mulher não identificada também assediada pelo candidato. De acordo com site ‘The Hill’, a mulher considerou depor contra Cain, mas decidiu não falar sobre o incidente.

O assunto se complicou definitivamente nesta segunda-feira quando Sharon Bialek realizou uma entrevista coletiva em Nova York e denunciou que, após um jantar com Cain em julho de 1997, o empresário tentou se aproveitar dela.

‘Não sei quem é esta mulher (…) Também não reconheço seu nome’, comentou hoje Cain ao detalhar que viu a entrevista de Sharon acompanhado de sua mulher, Gloria, com a qual está casado há 43 anos e da qual recebeu ‘total apoio’ perante o escândalo.

O empresário enfatizou que estaria disposto a se submeter a um detector de mentiras para provar sua inocência e considerou que, embora não possa afirmar que tudo isto seja uma ‘conspiração’, há ‘coincidências que sugerem isso’.

Hoje foi divulgada a identidade de uma das duas mulheres que chegaram a acordos com a associação presidida por Cain em troca de silêncio.

Trata-se de Karen Kraushaar, de 55 anos e funcionária agora do Departamento de Tesouro, e que disse à imprensa que está ‘interessada’ em organizar uma entrevista coletiva conjunta com as outras três supostas vítimas para pôr sobre a mesa todas as acusações contra Cain. EFE

fonte: VEJA