Durante uma sessão especial sobre o Haiti, realizada nesta terça-feira (23) no, o Ministro das Cidades Márcio Fortes propôs um intercâmbio de experiências para ajudar na reconstrução do Haiti. “Uma ação pequena pode muitas vezes trazer grandes resultados”, garantiu ele, que citou o Brasil como exemplo. “O Brasil se tornou um grande exportador de agronegócio e com isso, muitos profissionais voltaram para o campo. O Haiti precisa encontrar sua forma de reconstrução. Essa é uma oportunidade única para o governo haitiano”, afirmou.
O primeiro ministro haitiano Jean-Max Bellerive citou as forças armadas brasileiras como um exemplo de construção de relação bem-sucedida entre um povo e uma força militar. E brincou: “Não sei se é por causa do futebol”. Ele afirmou que veio ao País com um grande propósito: “Vim procurar soluções. Estamos levando muito a sério todas as ideias.”
A diretora da ONU para Assentamentos Urbanos, Anna Tibaijuka, comparou o fórum a um “mercado de ideias”. Ela afirmou que a reconstrução sustentável de um país só pode ser feita por meio de liderança e parabenizou o trabalho do primeiro ministro haitiano.
O ministro Márcio Fortes fechou a coletiva que sucedeu a sessão especial insistindo na questão da sustentabilidade da reconstrução haitiana. “Temos de perguntar que tipo de atividades são rentáveis no ambiente haitiano.”
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, destacou como o mundo e a ONU têm se pautado pela causa do Haiti. Ele falou do desafio da reconstrução do país, da necessidade de apoiar o governo eleito e de não intervir de forma direta.
A diretora Anna Tibaijuka reafirmou a magnitude do terremoto chamando-o de “um dos piores desastres da humanidade” e demonstrou preocupação também com o povo chileno. Ela relembrou que situações de estresse geram violência e que mulheres e crianças são os grupos que correm maior risco.
Em seguida, Anna leu a carta enviada pelo ex-presidente Bill Clinton, enviado especial da ONU ao Haiti. Nela, Clinton disse estar fazendo o máximo para ajudar na reconstrução do país e se mostrou feliz com a realização da solenidade dentro do Fórum Urbano Mundial 5. Ele disse que o Haiti continuará a precisar de ajuda durante um bom tempo e parabenizou o governo brasileiro por sua atuação.
O primeiro ministro do Haiti contou que esteve semana passada na cidade de Santo Domingo (na República Dominicana) preparando planos de ação e falou não em reconstruir, mas sim “reconfigurar” todo o país. Jean-Max frisou a necessidade de transparência neste processo por causa da imagem de corrupção transmitida por governos anteriores.
Para ele, o país está acostumado a lutar contra desgraças e a sua refundação econômica deve passar pelo desenvolvimento da exportação e da segurança alimentar, priorizando os tubérculos e os têxteis. Ele ainda afirmou que o governo haitiano precisa colocar a mão na massa já que 90% da ajuda logo após o terremoto vieram de outros países. Jean-Max se mostrou preocupado com a temporada de ciclones que está prestes a começar.
Planejamento a Ação
Durante coletiva de imprensa, o Ministro Márcio Fortes pontuou a importância de planejar ações uma vez que “os diagnósticos” já foram feitos. “Não se trata de uma questão apenas física, de construir casas, mas sim de pensar em como tratar a pessoa humana dentro da sociedade”, comentou. Para ele, essa é uma questão mundial e o fórum deve ser usado para levar as melhores propostas para a reconstrução do Haiti.
Jean-Max Bellerive disse que o país que existia antes do dia 2 de janeiro não interessa mais a ninguém, “um país onde os serviços básicos não eram suficientes”. Para ele, é possível oferecer uma alternativa viável. “O Haiti é um país com pouca violência, com um povo paciente que espera a solução do governo”, afirmou o Primeiro Ministro.
Ele afirmou que a conferência de 31 de março em Nova York irá trazer soluções de curto e médio prazo para este ano fiscal. Ele destaca que essa não foi a primeira vez que um cataclismo atacou um governo e admitiu que o mesmo deveria estar mais bem preparado para o evento. “Precisamos aprender a lição de outros países”, disse. Bellerive aponta que a conferência será importante por vários motivos, entre eles, a conquista da confiança de outros países e da criação de um agente fiscal para gerenciar a reconstrução.
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Assessoria de Imprensa