O Ministério da Saúde haitiano contabilizou até agora “120 mil mortos” em consequência do terremoto de 12 de janeiro, disse hoje à Agência Efe o titular dessa pasta, Alex Larsen.

“Devemos esperar, no entanto, um número final perto de 150 mil mortos”, acrescentou o ministro, coincidindo com o número anunciado ontem pela ministra de Comunicação, Marie Laurence Lassec.

As autoridades haitianas cifraram os feridos em 193 mil. Destes, 6.000 já foram operados, disse Larsen durante uma visita ao Hospital da Paz, em Porto Príncipe, na companhia da diretora da Organização Pan-americana da Saúde (OPS), Mirta Roses.

O funcionário pediu a Roses que a OPS continue os ajudando “como sempre fez durante as epidemias, as catástrofes e as inundações”.

Larsen afirmou que a primeira grande fase de emergência já passou e agora as principais carências são: água, alimentos, material ortopédico, anestesias e analgésicos.

“Agora precisamos de hospitais de campanha para os pacientes em pós-operatórios e para que possamos liberar os hospitais para que consigam retomar suas atividades habituais”, assinalou em alusão a um dos principais problemas: a falta de moradia de muitos dos operados, o que faz prolongar a estadia nos hospitais.

O ministro revelou que a cooperação cubana se comprometeu em levantar um hospital de campanha, e incentivou organismos como a OPS e a Cruz Vermelha e os Estados Unidos a fazerem o mesmo.

Roses disse à Efe que Larsen pediu a OPS continuar com a coordenação da ajuda externa que chega para os serviços médicos.

“Pediu para que continuemos coordenando a ajuda, porque ajuda há muita, mas tem de ser trabalhada para dar resultado”, sustentou.

O terremoto de 7 graus na escala Richter que atingiu o Haiti ocorreu às 19h53 de Brasília do dia 12 de janeiro e teve epicentro a 15 quilômetros da capital, Porto Príncipe.

Pelo menos 21 brasileiros morreram na tragédia, sendo 18 militares e três civis, entre eles a médica Zilda Arns, fundadora e coordenadora da Pastoral da Criança, e Luiz Carlos da Costa, o segundo civil mais importante na hierarquia da ONU no Haiti.

Folha de São Paulo