O aumento no número de casos da gripe A (H1N1) na Argentina tem aquecido o mercado da indústria hoteleira na serra gaúcha, segundo o sindicato que representa o setor na região, a mais visitada durante o inverno do Rio Grande do Sul.

Os hotéis de Gramado, Canela e cidades próximas têm recebido turistas que antes planejavam ir para as cidades argentinas de Buenos Aires e Bariloche, mas mudaram de ideia em razão da epidemia no país vizinho, segundo a associação local da hotelaria, bares, restaurantes e similares.

As reservas para julho, mês de alta temporada na serra, aumentaram de 10% a 15% em relação ao ano passado, de acordo com o presidente da entidade, Júlio Manoel Cardoso.
Nesta semana, a Abav (Associação Brasileira de Agências de Viagens), solicitou às agências de turismo que recomendem a seus clientes o adiamento das viagens à Argentina e ao Chile ou a mudança do destino, caso seja impossível adiar.

Por ter clima clima frio e compatível com os destinos originais, a serra gaúcha acaba se beneficiando, segundo a assessoria da Abav.

Contudo, o aumento na procura por pacotes de férias de julho no Rio Grande do Sul já registra crescimento desde o início do ano e não é efeito exclusivo do surto de gripe, ainda de acordo com a Abav.

Na terça-feira (23), o Ministério da Saúde recomendou que crianças com menos de 2 anos e pessoas com mais de 60 anos ou com baixa imunidade evitem viajar à Argentina e ao Chile em razão do risco elevado de contaminação.

Segundo a Emprotur, órgão de promoção do turismo em Bariloche, não há registro de cancelamentos de reservas até agora. No entanto, o anúncio do governo brasileiro surpreendeu a cidade, já que não fez distinção entre os destinos dentro da Argentina.

A segurança para os turistas está garantida, segundo o órgão, porque Bariloche foi uma das primeiras a tomar medidas de precaução e registra apenas quatro casos da gripe.

Gustavo Hennemann
da Agência Folha