Mesmo com queda de 7,6%, este é o melhor dezembro em nove anos. O Indicador de Nível de Atividade (INA) da indústria paulista, calculado mensalmente pela Federação e o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp/Ciesp), foi divulgado nesta quinta-feira (28).

Sem ajuste, a queda de 7,6% – normal para o período – é a menor da série histórica da pesquisa, iniciada em 2001, e mostra que a indústria mantém seu ritmo de recuperação.

Para Paulo Francini, diretor-titular do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Fiesp e do Ciesp, os resultados mostram sinais de recuperação, mas ainda estão longe dos níveis do período pré-crise.

Outro número que também apresentou expansão foi o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI) da indústria paulista. Sem ajuste ficou em 80,9% em dezembro, contra 82,4% em novembro. “A NUCI está folgada, tranquila, muito bem disposta”, comentou Francini.

Desempenho setorial
Entre os setores analisados, Alimentos e Bebidas terminou o ano com resultados positivos e, segundo Francini, passou imune pela crise; cresceu 1,1% com ajuste em dezembro, e 7,4% no saldo de 2009.

Máquinas e Equipamentos segue em recuperação – alta de 2,8% no último mês –, mas ficou com saldo negativo de 25,2% no ano. “Esse segmento foi fortemente afetado pela crise. Depois de se afundar no precipício, em meados do ano passado, entrou em rota de recuperação”.

O setor de Veículos Automotores chama atenção pelo forte crescimento de dezembro, em relação ao mesmo mês em 2008: 156,3%. Frente a novembro, a alta, com ajuste, foi de 5,4%. Em 2009, no entanto, o segmento carregou uma baixa de 7,3%.

Previsões 2010
A Fiesp e o Ciesp divulgaram nesta quinta-feira suas previsões para o PIB nacional e industrial para o ano de 2010. De acordo com o diretor do Depecon, o PIB deverá atingir crescimento de 6%, enquanto o PIB industrial terá crescimento maior, 8,2%. Segundo as entidades, o INA deverá encerrar o ano com expansão de 13,5%.

Sensor
O primeiro Sensor divulgado no ano, referente ao mês de janeiro, mostra que o empresariado paulista está otimista. Com 53,9 pontos, o indicador dá sinais positivos quanto à expectativa da indústria para o ano pós-crise. Mercado e Emprego foram destaques, com 57 pontos cada. “O comportamento do Emprego revela o quanto as empresas estão dispostas a contratar”, comentou Francini.

Vendas e Investimentos ficaram na casa dos 52 pontos, enquanto que Estoque fechou com 50,6 pontos, o que, na avaliação do diretor, é o patamar ideal para o setor.

Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP)