Um grupo de 18 jovens que nasceram com deformações em seus corpos –e que atribuem o problema à exposição de suas mães a lixo tóxico durante a gravidez– ganharam um processo contra a prefeitura da cidade industrial de Corby, no centro da Inglaterra, na quarta-feira (29).

Os jovens, cuja idade varia entre 9 e 22 anos, processaram a cidade de Corby com o argumento de que os defeitos que têm nas mãos e nos pés se devem ao fato de que suas mães sofreram os efeitos de um “coquetel atmosférico de materiais tóxicos”.

Os afetados, que apresentaram o caso ao Superior Tribunal de Londres, vinculam suas deformidades à mudança do lixo de uma antiga fábrica da produtora de aço British Steel, que fechou nos anos 80, para uma pedreira próxima.

As mães declaram que viviam ou visitaram Corby e algumas descreveram essa cidade como “poeirenta” ou “suja”.

Embora a Prefeitura negue as acusações, o juiz do caso, Robert Akenhead, deu hoje a razão aos afetados ao ressaltar que “a poluição afetou as mulheres grávidas”.

Após a divulgação do veredicto, os familiares manifestaram sua alegria, entre eles Audrey Bartfield, mãe de Dylan, de 13 anos, que nasceu com uma deformação na perna direita.

“Estou louca de felicidade. Sabíamos que tínhamos razão”, disse Audrey, enquanto seu filho se declarou “muito feliz”.

Chris Mallender, porta-voz da prefeitura de Corby, disse sentir-se “surpreso e decepcionado” com a decisão judicial e destacou que a instituição ainda acredita que “não há ligação alguma” entre o nascimento das crianças com deformações e o lixo tóxico.

Folha de São Paulo