O ministro Pedro Novais disse que o Ministério do Turismo é responsável pela capacitação dos prestadores de serviços turísticos, na organização da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016. A declaração foi feita nesta quarta-feira (27), durante a realização de audiência pública na Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR), do Senado, presidida pelo senador Benedito de Lira (PP/AL), sobre os planos daquele órgão para os próximos anos.

De acordo com Pedro Novais, o Ministério já começou a capacitar 306 mil profissionais que vão prestar serviços como atendentes de aeroportos, de locadoras de veículos, guias turísticos, recepcionistas, entre outras atividades. “As pessoas recebem treinamento em ética, cidadania, convivência e segurança no trabalho, bem como cursos de inglês e espanhol”, frisou.

Em relação a liberação de recursos para a capacitação dos profissionais, o ministro declarou que, como acontece com outros ministérios, a maior parte de seu orçamento está contingenciado.

O senador Vital do Rêgo Filho (PMDB-PB), disse que é “um absurdo” o contingenciamento do orçamento do Ministério do Turismo no momento em que o país se prepara para sediar eventos esportivos mundiais – a Copa do Mundo, as Olimpíadas e os Jogos Militares.

A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) manifestou preocupação quanto à situação da infraestrutura brasileira, especialmente a aeroportuária, para receber turistas estrangeiros. “O país precisa desenvolver sua vocação turística. A Amazônia, por exemplo, recebe um número de turistas “irrisório” diante do potencial da região”, enfatizou.

Segundo o ministro, embora não tenha recebido a incumbência de melhorar a infraestrutura para receber os turistas de todo o mundo que virão ao país assistir às competições esportivas, o Ministério tem investido nas capitais que sediarão os jogos e nas cidades vizinhas.

O ministro Pedro Novais disse ainda ser necessária uma “mudança de paradigma” para atrair mais turistas ao Brasil. Ele informou que em 2010 os estrangeiros gastaram R$ 5 bilhões no país, enquanto os brasileiros deixaram R$ 16 bilhões no exterior. Em sua avaliação, a reversão desse quadro depende de maior promoção do Brasil no exterior, melhoria da infraestrutura e realização de parceria com a Empresa Brasileira de Turismo (EMBRATUR).

O presidente da CDR, Benedito de Lira, enfatizou que a exposição dos planos, pelo ministro Pedro Novais, chamou a atenção dos senadores no sentido de criar condições para aumentar os fluxos turísticos nos Estados e promover a melhoria na infraestrutura. “É preciso entender que a iniciativa privada, setor que realmente é o maior beneficiado com essa infraestrutura deve ter uma participação mais efetiva na construção desse novo momento da indústria turística no Brasil”, concluiu.

Jornalista Artur Hugen-MTb11725