As emissões japonesas de gases que provocam o efeito-estufa despencaram 6,2% no ano passado em um novo sinal de que a recessão está fazendo o trabalho de cortar as emissões enquanto o mundo se esforça para selar um pacto da ONU para combater a mudança climática.

Em Cingapura, a secretaria de Estado norte-americana, Hillary Clinton, pediu que os países da Ásia e da região do Pacífico adotem o crescimento verde, mas previu que não será fácil firmar um novo acordo para conter o aquecimento global na conferência de Copenhague, entre 7 e 18 de dezembro.

As emissões de gases-estufa do Japão caíram para 1,286 bilhão de t de CO2 até março de 2009, dos 1,371 bilhão de t em 2007/2008, recorde de alta. O último número se aproxima da promessa do governo japonês incluída no Protocolo de Kyoto de limitar as emissões a 1,19 bilhão de t por ano até 2012. O Japão é o quinto maior emissor de gases-estufa depois de China, Estados Unidos, Rússia e Índia.

“O número sugere que atualmente estamos em níveis baixos o suficiente para atingir a meta (de Kyoto)”, disse Yasuo Takahashi, chefe da divisão de política para mudança climática do Ministério do Meio Ambiente. “Mas isso não quer dizer que não precisamos mais seguir com os planos para cortar as emissões”, disse ele a respeito das medidas para conter as temperaturas em elevação, secas, ondas de calor, incêndios florestais, inundações e elevação do nível das marés.

A Agência Internacional de Energia projetou que a recessão econômica deverá cortar as emissões globais em até 3% este ano. No mês passado, o governo dos EUA estimou uma queda de 6% nas emissões de dióxido de carbono em 2009.

Muitos especialistas afirmam que o declínio deve ser apenas um breve respiro em uma tendência global crescente e que os problemas econômicos atuais podem distrair a atenção sobre Copenhague. O desemprego nos EUA subiu para 10,2% em outubro, o maior índice desde 1983.

Falando em Cingapura para ministros do fórum da Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico, Hillary pediu investimentos ambientais para ajudar a criar empregos. “Precisamos cooperar para transformar a ameaça da mudança climática numa oportunidade para o crescimento da energia limpa”, afirmou ela, pedindo planos que levariam a uma “explosão de novos investimentos e gerariam milhões de empregos novos”.

Reuters