Apresentadora estava fora do ar desde o fim de seu programa, em maio

Ela contou só ter ficado tão nervosa quando recebeu Michael Jackson em seu ‘talk show’ nos anos 90

NINA LEMOS
DE SÃO PAULO

Qual o melhor lugar para Oprah Winfrey, a mulher que comandou por 25 anos um dos “talk shows” mais famosos do mundo e hoje é dona de um império, que inclui um canal de TV e uma editora, falar com seus fãs? Nada de redes de TV de sucesso.
O mais apropriado é mesmo o Facebook, um império tão poderoso quanto o da apresentadora. Ela deu uma entrevista ao site de relacionamentos na quinta, dia 8.
Oprah é um tipo de heroína da América. Filha de mãe solteira, ela sofreu abuso quando era criança e driblou o preconceito por ser negra.
Foi considerada pela “Forbes” a mulher mais influente do “showbizz” do século 20. E o Facebook, bem, império criado por Mark Zuckerberg, o herói de “A Rede Social”, tem um valor de mercado que beira US$ 70 bilhões.
A “união” entre os dois ícones um dia teria de acontecer. Oprah, que não é boba, escolheu o programa de TV do site para falar com seus fãs espalhados pelo mundo.
Essa foi a primeira vez que isso aconteceu desde que seu show acabou, em maio. A escolha foi acertada. O programa do Facebook é tão poderoso que já recebeu até o presidente Barack Obama.
“Nunca tenho medo. Mas estava morrendo de medo de vir aqui”, disse Oprah, durante o bate-papo de uma hora.
“A última vez que fiquei nervosa foi quando o Michael Jackson foi ao meu show nos anos 90.” Sim, além de uma empresa, a marca Facebook é um sucesso pop do nível de Michael Jackson.
“Tive medo porque essa é uma nova plataforma, que conecta pessoas do mundo todo”, ela disse, revelando que não sabia o que vestir para ir à empresa. “Eu estava de longo. Me falaram ‘Você vai ao Facebook’ e coloquei calças compridas mesmo.”
Durante a conversa, fez o que sabe fazer de melhor: deu conselhos. Ela funciona como uma espécie de “terapeuta mais famosa do mundo”, dando dicas de autoajuda, que poderiam soar como clichês. Mas vindo dela parecem sinceras, engraçadas e, por que não, eficientes.
Não parece boba quando fala que, para perder o medo, pratica meditação. Recomenda que todos se permitam ter minutos de silêncio.
Diz que Steve Jobs e também o Facebook são importantes porque fizeram com que as pessoas tivessem voz. “O maior desejo do ser humano é ser ouvido. E a internet ajuda as pessoas a se expressarem e serem ouvidas.”
Ela, que descarta o rótulo de “vencedora”, avisa que qualquer um pode cumprir seu papel. “O importante é fazer seu trabalho com doação. Seja um balconista de farmácia ou um médico.”
Seus conselhos fazem sucesso, claro. No chat, fãs tentam ser ouvidos. “Por favor, fale a adolescentes suicidas”, pede um. “Ajude vítimas do furacão Irene”, pede outra fã.
Oprah é a terapeuta do mundo conectado. E também uma fada madrinha, já que se dedica à caridade.
“Me preocupo com a educação de meninas. Elas vão ser mães, vão cuidar dos seus filhos. É um começo importante”, diz, ao falar, emocionada, sobre um de seus projetos favoritos, o Oprah Winfrey Leadership Academy for Girls, para meninas pobres.
Oprah parece ser generosa, inteligente e antenada. Tanto que “fica nervosa ao ir ao Facebook”. Seu “talk show” pode ter acabado, mas o poder de influência está longe de terminar.

fonte: Folha de Sp