As Pirâmides e a Esfinge do Egito, a Torre Eiffel e o Palácio do Eliseu em Paris, a Fontana di Trevi em Roma, o Burj Khalifa de Dubai, depois da Ópera de Sydney, da orla de Hong Kong e do Memorial de Hiroshima, foram pouco a pouco sendo mergulhados na escuridão neste sábado para a campanha mundial Hora do Planeta, destinada a promover a luta contra o aquecimento global.

No Egito, o planalto de Guizé que abriga três pirâmides e a Esfinge, assim como a Cidadela do Cairo, com a cúpula da Mesquita de Mohamed Ali, ficaram sem qualquer iluminação, dando por um breve momento à Cidade dos Mil Minaretes ares fantasmagóricos.
Em Paris, o Palácio do Eliseu e mais de 240 monumentos e prédios públicos, entre eles a catedral de Notre Dame, apagaram suas luzes durante uma hora e a Torre Eiffel ficou às escuras por cinco minutos.

Em Roma, a Fontana di Trevi, tradicional ponto de encontro de casais apaixonados que jogam moedas para retornarem à Cidade Eterna, ficou sem luz depois que o ator Ricky Tognazzi e Fulco Pratesi, presidente de honra do Fundo Mundial para a Natureza (WWF) acionaram simbolicamente um grande interruptor diante da fonte.

Em Dubai, várias pessoas formaram, cada uma com uma lanterna pequena, uma longa linha luminosa na beira do mar enquanto a capital comercial do Golfo, com sua torre Burj Khalifa, a mais alta do mundo, mergulhava na escuridão.

Em Sydney, onde as sirenes das embarcações do porto de Sydney deram o sinal para o início do apagão às 20h30 local (6h30 de Brasília), os prédios comerciais e milhões de lares australianos ficaram sem luz.

Neste ano, cerca de 4 mil cidades em 125 países, contra 88 no ano passado, participam da iniciativa organizada pelo WWF, um número recorde de participantes alguns meses depois da Cúpula do Clima da ONU de Copenhague, que registrou resultados decepcionantes.

Entre os 1,2 mil monumentos que devem ficar sem luz durante uma hora estão a Torre de Pisa, na Itália, a catedral de Saint Paul, em Londres, e o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro.

Na China, o desaparecimento da Cidade Proibida e do “Ninho de Pássaro”, estádio emblemático dos Jogos Olímpicos de Pequim em 2008, tiveram um aspecto particularmente simbólico nesse país que se tornou o maior poluidor do planeta devido a um crescimento econômico acelerado.

Três horas antes de Sydney, o pequeno arquipélago neozelandês das ilhas Chatham desligou discretamente seus geradores, deixando apenas doze locais públicos iluminados.

Logo depois, foi a vez da floresta de néons da orla de Hong Kong, dos edifícios de Jacarta, Seul e Tóquio. Dezenas de estudantes acenderam velas e aplaudiram quando as luzes se apagaram no Memorial da Paz de Hiroshima, um dos poucos edifícios que permaneceram de pé após o ataque americano com a bomba atômica que destruiu a cidade em 1945.

A escuridão deverá também tomar conta de famosos locais e monumentos dos Estados Unidos como o Mont Rushmore, o Empire State, a Golden Gate Bridge de San Francisco, ou a “Strip” de Las Vegas, onde estão localizados os cassinos. A campanha mundial deve terminar 24 horas depois, nas ilhas Samoa.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, considerou nesta sexta-feira que a campanha era “ao mesmo tempo uma advertência e uma luz de esperança”. “As mudanças climáticas são um assunto preocupante para cada um de nós. As soluções estão em nossas mãos e prontas para serem aplicadas pelos indivíduos, pelas comunidades, pelas empresas e pelos governos em todo o mundo”, afirmou.
Esta iniciativa, adotada pela primeira vez em Sydney em 2007, ocorre três meses depois do fracasso da Cúpula do Clima de Copenhague. Um acordo mínimo fixa como objetivo limitar a dois graus o aumento médio da temperatura do planeta, mas permanece muito superficial sobre os meios de alcançá-lo, não estabelecendo números de curto prazo (2020) ou médio prazo (2050).

Os grandes países emergentes, como a China e a Índia, se opõem a qualquer tentativa de serem incluídos dentro de metas de redução de lançamento de gases do efeito estufa na atmosfera.

AFP