Os Emirados Árabes e a China planejam erguer suas próprias eco-cidades (cidades ecológicas), mas a de Portugal deve se tornar a primeira completamente construída até 2015 –a previsão é de que abra as portas já no próximo ano.

Na eco-cidade de Parede, no distrito do Porto, a água será tratada com energia renovável e os edifícios terão telhados cobertos com plantas para reduzir a temperatura local e também para absorver os poluentes e a água proveniente da chuva.

Estas são algumas características semelhantes a outras eco-cidades, mas o diferencial da PlanIT Valley, como é chamada a versão portuguesa, será seu cérebro. O complexo utilizará dados coletados por uma rede de sensores, semelhante a um sistema nervoso, para controlar a geração de energia e da água e o tratamento de resíduos como se fosse um “metabolismo urbano”, cita o executivo-chefe da empresa responsável pela execução do projeto, Steven Lewis, da Living Planit.

Sensores em cada um dos prédios serão capazes de medir a ocupação, a temperatura, a umidade e a energia consumida. E essas informações poderão ser usadas para controlar a cidade toda: se um sensor mostrar que ao nível de água está baixo em um edifício, o sistema vai transferir a água de outro prédio que a tenha em excesso.

De acordo com os fabricantes, uma central urbana vai processar todos os dados coletados pelos sistema de sensores –cerca de 5 petabytes diários. E, para prevenir problemas com coletivos, cada prédio terá sua própria unidade computadorizada que funcionará individualmente.

Além disso, a PlanIT Valley terá câmeras de monitoramento que serão capazes de localizar crianças perdidas em shoppings centers, por exemplo, e cruzar dados como roupa e aparência para ver se se enquadram na descrição do pequeno.

Segundo o projeto, a cidade também terá capacidade para reciclar ou transformar em energia 80% do lixo. Com enzimas para estimular micróbios a digerir o lixo, surgirão resíduos que poderão ser fermentados ou destilados em biocombustíveis –e usados em carros ou na geração de eletricidade.

Já os restos que não podem ser digeridos serão aquecidos em um reator a 400 ºC, sem a presença de oxigênio, um processo conhecido como pirólise, para gerar energia ou mesmo fertilizantes.

Nem mesmo a separação de lixo que estamos acostumados a fazer com plásticos e vidros será necessária. Todo material passaria por uma central que eliminaria a contaminação orgânica, resultando em mais material reciclável no final do processo.

FSP