A futura ponte estaiada ligando os municípios de Santos e Guarujá não terá praça de pedágio. A informação foi confirmada nesta segunda-feira, dia 8, pelo secretário estadual de Transportes, Mauro Arce. Com a decisão de não instituir a cobrança, o Governo do Estado assume a responsabilidade de custear a construção com recursos próprios. Para os empresários, a medida reforça a importância da obra para o turismo.

No primeiro momento, cogitou-se que a ponte seria financiada pela iniciativa privada por meio de Parceria Público-Privada (PPP). Os investidores teriam como contrapartida o direito de explorar a concessão da ligação mediante a instituição de pedágio. Os valores cobrados seriam os mesmos ou até menores aos praticados atualmente no serviço de travessia de balsas entre as duas cidades.

“Foi uma decisão que só reforça o comprometimento do governador José Serra com a realização desse projeto. É uma resposta clara àqueles que colocavam em dúvida todo um trabalho sério que vem sendo realizado para tirar do papel um empreendimento idealizado há mais de 60 anos pelo urbanista Prestes Maia”, destacou o presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Ligação Seca, deputado Paulo Alexandre Barbosa (PSDB).

O parlamentar também aguarda a confirmação das datas para a realização de duas audiências públicas (uma em Santos e a outra no Guarujá). Os eventos deverão contar com a presença de Arce e de técnicos da Vetec Engenharia, empresa contratada pelo governo estadual para elaborar o projeto básico da obra, orçada inicialmente em R$ 500 milhões.

“Vamos contar com a parceria da Associação dos Engenheiros e Arquitetos. Será uma oportunidade para esclarecer os questionamentos dos especialistas e as dúvidas da população. Existe um compromisso do secretário Arce que as propostas discutidas poderão ser incorporadas ao projeto básico”, disse Paulo Alexandre.

Impacto turístico – Estudos iniciais apontam que a ponte deverá ligar os bairros da Ponta da Praia, em Santos, e o Santa Rosa, em Guarujá. O traçado ainda não está definido. Do lado santista é praticamente certo que a rampa seja construída a partir da Avenida Mário Covas. Na outra ponta, a proposta inicial era de uma ligação com a Avenida Adhemar de Barros. Porém, a Prefeitura do Guarujá defende o acesso por uma área de mangue ao lado da referida avenida para evitar eventuais impactos negativos no comércio local.

Atualmente, existem duas rotas para o deslocamento entre os dois municípios. A primeira é a Rodovia Cônego Domênico Rangoni, cujo pedágio é R$ 8,20 para carros. As motos são isentas. A outra opção é o serviço de balsas. Os motoristas de automóveis pagam R$ 7,90 pela travessia, enquanto os motociclistas arcam com uma tarifa de R$ 4,00. Por dia, cerca de 25 mil veículos e 15 mil ciclistas utilizam o sistema administrado pela Dersa.

Na opinião do presidente da frente parlamentar, a ligação sem pedágio terá reflexos diretos na economia das duas cidades, principalmente para o setor hoteleiro de Guarujá, que dispõe de cerca de 9 mil leitos, enquanto Santos não passa de 2.500. “Não haverá mais barreira físicas no deslocamento dos turistas. Para os moradores, a decisão representa economia no bolso. Mais de 80% dos usuários do sistema são de pessoas que se deslocam para trabalho e estudo.”

Hoje, por conta do aumento do número de feiras e simpósios de negócios na Baixada Santista, os leitos oferecidos em Santos já não são suficientes para atender a demanda. Não é raro os organizadores dos eventos recorrerem aos hotéis de Guarujá. “Só que muitas vezes deixamos de receber esse tipo de turista – que gasta muito mais que o visitante tradicional, em razão de barreiras do transporte de balsas”, disse o presidente do Guarujá & Visitors Bureau, Ricardo Roman Júnior.

O empresário manifestou confiança no crescimento da taxa de ocupação da rede hoteleira local, a partir da entrega da “Hoje, esse índice é de apenas 40%. Com a ponte, será muito maior pelas facilidades de acesso”.

Assessoria de Imprensa de Santos