A temperatura média na região metropolitana de São Paulo pode subir de 2º a 3º Celsius até o fim deste século em função do impacto das mudanças climáticas, caso ações de mitigação não sejam adotadas.
A estimativa faz parte de um estudo coordenado pelo Centro de Ciência do Sistema Terrestre do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (CST/Inpe) e pelo Núcleo de Estudos de População da Universidade Estadual de Campinas (NEPO/Unicamp) divulgado nesta terça-feira.
Segundo os pesquisadores, a variação de temperatura na Grande São Paulo tende a produzir uma sensação ainda mais intensa de calor em determinados bairros, sobretudo naqueles com um maior número de construções.
Prédios altos e próximos uns aos outros, aliados a ruas estreitas, formam o que o estudo chama de “ilhas de calor urbano”.
“A cidade foi criando superfícies totalmente cobertas por asfalto, concreto, ou seja, materiais que retêm muito calor e ao mesmo tempo emitem muito calor. A sensação de calor acaba sendo pior nessas áreas”, diz Andrea Young, arquiteta da Unicamp responsável pela pesquisa.
Além da variação de temperatura, a Grande São Paulo tende a sofrer ainda com um maior número de chuvas intensas, chegando ao dobro da média atual.
O relatório aponta as cidades de Santo André e São Bernardo do Campo como as mais críticas no que se refere aos riscos de desmoronamentos.
Já na cidade de São Paulo, a região mais vulnerável é a Zona Sul, sobretudo os bairros do Jabaquara, Cidade Ademar, Pedreira, Cidade Dutra, Jardim gela, Capão Redondo e Campo Limpo.
Áreas de risco
Ainda de acordo com o estudo, o Brasil registrou 1.457 mortes por desmoronamentos entre 1988 e 2009.
“Desse total, 220 mortes ocorreram no Estado de São Paulo, que se constitui no segundo Estado com maior número de vítimas decorrentes desse tipo de acidente”, diz o relatório.
O número de pessoas vivendo em moradias precárias chega a 30% da população total da cidade de São Paulo, o que, segundo o estudo aumenta o risco de óbitos em situações de chuva extrema.
O cenário tende a se agravar, com a expansão da ocupação. De acordo com previsão dos pesquisadores, 11,17% das áreas de expansão em 2030 poderão se constituir em novas áreas de risco de deslizamentos.
Entre as medidas de mitigação sugeridas no relatório estão um maior controle da ocupação urbana, a expansão das redes ferroviárias e a implantação de parques.
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