Modalidade oferece experiências únicas para aqueles que desejam fazer uma imersão cultural em algum destino

           

Você decide viajar. Para ter uma maior economia, pesquisa os melhores preços de passagens aéreas, aluga um apartamento ou um quarto na casa de uma pessoa que você não conhece ou até mesmo se hospeda em um lugar em troca de algum trabalho que você sabe fazer. Conhece pessoas diferentes, experimenta comidas típicas da região, compartilha momentos e caronas com pessoas que você acabou de conhecer. Esse é o mundo do turismo colaborativo, marcado pela riqueza cultural e pela máxima experiência.

           

O turismo colaborativo é influenciado por outro movimento, conhecido como economia compartilhada ou colaborativa. Nesse sistema, as pessoas se organizam por meio de plataformas digitais para a troca de bens, serviços e experiências, sem necessariamente envolver um pagamento monetário nesse processo. Para os consumidores que fazem uso desses serviços, compartilhar é o novo comprar.

           

A economia compartilhada ganha ainda mais força entre os jovens. De acordo com um estudo feito nos EUA pela plataforma online de gerenciamento de eventos Eventbrite, para a geração Y, nascida entre 1980 e 2000, a felicidade não está atrelada a bens materiais ou status na vida profissional, e sim em criar, compartilhar e capturar. 78% deles escolheriam gastar dinheiro com experiências em vez de objetos e 55% estão gastando dinheiro mais do que nunca com essas experiências.

           

No Brasil, o cenário não é diferente. De acordo com um relatório da Mastercard, divulgado em 2015, 55% dos brasileiros preferem experiências a coisas, contra 45% dos que preferem bens materiais. Quem mais escolhe experiências são os jovens de 18 a 29 anos.

           

Diante desses fatos, muitas pessoas procuram ter uma experiência única quando decidem viajar. Com o turismo colaborativo, o valor da viagem se torna muito mais acessível do que planejar e viajar para algum destino por meio dos meios tradicionais. Para auxiliar o turista, existem plataformas digitais que oferecem hospedagens e experiências em troca de algum serviço, como cozinhar, capinar, pintar, entre outras atividades, tudo em prol da máxima experiência e do menor custo.

           

Conhecer atrativos turísticos, experimentar comidas típicas com um desconhecido e alugar um cômodo em um imóvel de uma pessoa que você não conhece pode parecer assustador à primeira vista. As pessoas que estão cadastradas nessas plataformas são avaliadas por um sistema de notas, garantindo, na maior parte dos casos, uma boa experiência ao turista, que tem a liberdade de escolher o usuário com melhor avaliação.

Experiência local

Adriano Wilkson, 28, é jornalista e é uma das pessoas que se aventurou no turismo colaborativo. Em 2013, ele pediu demissão do emprego que possuía para fazer uma viagem com duração de um ano. Por seis meses, estudou inglês na Irlanda e no segundo semestre viajou para Portugal, Espanha e Croácia, sempre trocando trabalho por estadia. Ele realizava trabalhos manuais como cuidar de animais em fazendas, cortar madeira para fazer lenha, entre outras atividades. Em troca, ganhava ajuda com alimentação e hospedagem. Para encontrar esses lugares, ele fez uso das plataformas Helpx.net, Workaway.info e Couchsurfing.

           

Além da economia, um dos pontos principais que motivou o jornalista a fazer o turismo colaborativo foi a possibilidade de ter a experiência mais local possível. “Estar junto com os locais, ver o que eles fazem, como eles se divertem, o que eles pensam… Para mim, sempre foi mais interessante do que ficar em um hostel e conhecer pessoas que também não são de lá”, explica. A experiência ajuda o turista a entender como é morar em um determinado lugar.

           

Em 2015, ele conheceu algumas regiões da América do Sul, como Guiana francesa, Guiana inglesa e Venezuela. No último caso, ele também utilizou o sistema do turismo colaborativo. Como dica para quem deseja fazer a viagem, Wilkson sugere deixar bem claro quais são as expectativas do trabalho, o que você pode oferecer e o que eles realmente desejam antes mesmo de chegar no lugar que você vai ficar.

           

Como um dos pontos principais do turismo colaborativo é a economia, utilizar ferramentas para buscar ofertas de passagens pode ser de grande ajuda. A página QuandoViajar, por exemplo, é uma boa opção, já que informa quando é mais vantajoso investir em bilhetes e ajuda a manter o orçamento em ordem. De acordo com a ferramenta, é mais vantajoso viajar para Buenos Aires, um dos destinos mais populares entre os brasileiros, por exemplo, no mês de outubro. A passagem com o menor preço é para o dia 17/10/2017, com o valor de R$ 630 e saída de São Paulo.