Quinze famílias tiveram de abandonar suas casas devido a um vazamento de etanol no terminal público de álcool do porto de Paranaguá (90 km de Curitiba). O produto escapou de um tanque durante operação de descarga do combustível. As causas da falha estão sendo investigadas. A quantidade que vazou não foi informada.

De acordo com a Defesa Civil de Paranaguá, quatro pessoas foram atendidas em postos de saúde depois de sentir dores de cabeça e náuseas. Elas foram medicadas e liberadas. Um riacho que fica próximo do terminal também foi atingido. As famílias que foram retiradas moram perto desse córrego.

Por medida de segurança, os bombeiros e a Defesa Civil acertaram o retorno das famílias para as 16h de hoje. Elas foram transferidas para casas de parentes e vizinhos. De acordo com o capitão Jonas Emanuel Pinto, do Corpo de Bombeiros, é necessário aguardar prazo de 48 horas para que os vapores de álcool se dissipem na atmosfera e evitem ameaçar a saúde dos moradores.

Segundo o Corpo de Bombeiros, no final da tarde desta terça-feira já não havia mais risco de incêndio ou explosão. O vazamento de álcool aconteceu 21 dias depois de a Justiça Federal ter autorizado a retomada de atividades do terminal. Uma liminar obtida pelo Ministério Público Federal proibia o funcionamento do complexo desde novembro do ano passado.

O terminal foi inaugurado em agosto do ano passado em meio a denúncias de falta de infraestrutura para operar –fato negado pelos administradores do complexo.

Segundo o Ministério Público Federal, o terminal, vizinho de uma área residencial, colocava em risco cerca de 400 famílias que habitam a região, conhecida como Vila Becker. O órgão defendia o retorno dos trabalhos somente depois que os moradores fossem removidos para outra área mais segura. Acordo firmado no início deste ano com a administração portuária prevê a remoção das famílias para outro bairro de Paranaguá.

Dimitri do Valle
Folha de São Paulo