Cientistas relatam sinais de que o vazamento de petróleo no golfo do México está alterando a cadeia alimentar marinha ao matar ou causar doenças em diferentes criaturas e estimulando o crescimento de outras mais adequadas a um ambiente mais inóspito.

Próximo ao local do vazamento, pesquisadores já documentaram morte em larga escala de pirossomos –animais em forma de pepino e gelatinosos– que são alimento para tartarugas marinhas ameaçadas.

Cientistas dizem acreditar que os pirossomos, que possuem entre 15 e 20 centímetros, foram mortos por toxinas no óleo. Os animais acabam flutuando ao invés de afundar porque absorveram bolhas de gás carbônico enquanto filtravam água para buscar comida.

“Se os pirossomos estão morrendo porque ficam com hidrocarbonetos em seus tecidos, mas também são digeridos por tartarugas, isso também vai afetá-las”, diz Laurence Madin, diretor de pesquisa na Woods Hole Oceanographic Institution. Peixes maiores, como atum, também podem se alimentar dos pirossomos.

Transporte
Ao longo da costa, gotas de óleo estão sendo encontradas dentro das conchas de jovens caranguejos, que são importantes na dieta de peixes, tartarugas e aves da região.

Além disso, como suspeita-se que caranguejos nascidos na região estejam levando esse óleo, em suas conchas, a estuários costeiros desde Pensacola, Flórida, a Galveston, Texas.

Como o óleo é carregado a longas distâncias, os efeitos do vazamento podem ser maiores que os suspeitados previamente, afirma o professor da Tulane University, Caz Taylor.

Outro problema é que a superfície do mar oleosa bloqueia luz solar necessária para sustentar plantas como fitoplâncton que, sob condições normais, seriam a base da cadeia alimentar.

Por outro lado, minúsculos organismos que consomem óleo e gás estão se proliferando.

Se estes impactos continuarem, os cientistas alertam para uma severa alteração da vida marinha e do ecossistema da região, o que também vai assusta a bilionária indústria pesqueira.

O vazamento é estimado em até 666 milhões de litros de óleo e quase 340 milhões de metros cúbicos de gás natural.

FSP