Por Jorge Eduardo Dantas
Natal (RN) – O WWF-Brasil e o Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ) lançaram, na tarde desta segunda-feira, 24, o livro “Gestão de Unidades de Conservação: compartilhando uma experiência de capacitação”. A publicação possui 396 páginas, está dividida em 5 capítulos e foi escrito por 27 autores, grande parte deles cientistas e pesquisadores envolvidos em trabalhos conservacionistas. O evento fez parte da sétima edição do Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação (CBUC), que ocorre até a próxima quinta-feira em Natal (RN).
O livro “Gestão de Unidades de Conservação: compartilhando uma experiência de capacitação” reúne uma série de artigos alusivos a um projeto desenvolvido de forma pioneira pelo Ipê e pelo WWF-Brasil entre 2004 e 2010. Neste período, as duas instituições estruturaram um curso de formação para gestores de Unidades de Conservação na Amazônia que tinha como objetivo ajudar na capacitação desses gestores – à época, muitos deles nunca haviam participado de  atividades como essa.
O projeto foi muito além do previsto. Ao longo de seus seis anos de realização, vários números superlativos foram registrados.  Por exemplo: foram 20 cursos, desenvolvidos em módulos; 425 gestores capacitados; 184 áreas protegidas contempladas; e os nove estados amazônicos brasileiros acabaram envolvidos neste processo. Entre outros temas, foram discutidos manejo, conservação e proteção em Unidades de Conservação; Turismo; Educação Ambiental; Administração Pública; Sustentabilidade Financeira; Participação Social e Comunitária; e Legislação Ambiental.
A publicação lançada no CBUC não só conta esta história, como traz outras reflexões relativas ao curso. Constam no livro um histórico do processo de concepção e execução do curso; uma avaliação feita pelos alunos sobre os módulos ministrados; artigos que aprofundam temas vistos nas salas de aulas com os alunos; e algumas reflexões sobre o conceito de Unidades de Conservação, o histórico e utilização deste conceito e suas perspectivas futuras. O processo de redação e revisão do livro durou quase dois anos e contou com o auxílio de 27 autores que escreveram os artigos.
Publicação é referência
Revisora e organizadora dos capítulos do livro, a consultora Maria Olatz Cases convidou os presentes no lançamento a ler o documento e disse que ele servirá como referência para projetos futuros sobre capacitação em gestão. Ela também fez uma breve apresentação do material e contou detalhes de como as aulas ministradas foram “transformadas” em capítulos. “Faço questão de citar os nomes dos professores e autores desses artigos, que deram uma contribuição fundamental para a redação e confecção deste produto”, afirmou Olatz.
Em sua fala, o coordenador do Centro Brasileiro de Biologia da Conservação do IPÊ (CBBC/IPÊ), Eduardo Badialli, enfatizou o caráter multidisciplinar da empreitada (“contamos com profissionais de várias especialidades, tratamos de vários assuntos, reunimos vários temas diferentes”) e falou que, em seu primeiro momento, o curso acabou por tornar-se um espaço de discussão sobre Unidades de Conservação, numa época em que isso não existia. “Em alguns estados, os gestores não conversavam entre si”, declarou o coordenador do CBBC.
“Finalização” de um processo
A analista de conservação do WWF-Brasil, Maria Jasylene Abreu, afirmou que o lançamento do livro é a “materialização” e a “finalização” de um processo que começou há muito tempo atrás. “Posso ver aqui nesta platéia alguns professores e vários alunos que participaram dos cursos”, disse a especialista. Jasylene disse ainda que a capacitação foi um passo inicial no processo de formação de gestores de Unidades de Conservação no Brasil – e disse que o WWF-Brasil está de “portas abertas” para conversar a respeito de futuras parcerias sobre o assunto ou para dividir sua experiência.
O lançamento do livro ocorreu na Arena do Centro de Convenções de Natal e teve uma platéia composta por gestores de Unidades de Conservação, agentes ambientais, cientistas, professores e docentes de várias partes do País. Após as apresentações, a plenária pôde se manifestar – e a maior parte das falas trouxe uma “cobrança” em relação à continuidade do curso e uma necessidade de promoção de atividades semelhantes. Em seguida, houve uma distribuição de exemplares do livro.