Uma acaba de chegar da Argentina. A outra acabou de voltar daquele país. Sem medo de pegar a nova gripe, as agentes de turismo Ruth Trosman, 42, da Viva Terra, e Tatiana Alonzo, 32, da Intravel, lidam com outro tipo de receio em relação à doença: o do impacto nas vendas de pacotes nas empresas em que trabalham.

“É muito comum os clientes ligarem com dúvidas. E aí esclarecemos que a recomendação do Ministério da Saúde brasileiro é para que as pessoas que estiverem com imunidade baixa evitem viajar”, diz Tatiana.

Para quem liga dizendo que pensa em cancelar o pacote já fechado para Bariloche, que está em plena alta temporada de inverno, ela avisa que o local teve só um caso da gripe até agora e que, se o receio for a conexão em Buenos Aires, há voos fretados, que vão direto ao destino.

Já Ruth acabou de chegar da Patagônia. Ela conta que, ao entrar na cidade de Trelew, agentes de saúde mediram a temperatura de todos os passageiros.
Durante o voo, todos tiveram de preencher um formulário com nome, endereço e possíveis sintomas. “Em São Paulo, porém, nada foi pedido, não vi nenhuma providência sendo tomada com quem chegava da capital argentina”, diz.

Para Leonel Rossi, diretor da área internacional da Abav (Associação Brasileira de Agências de Viagens), a nova gripe deve ser levada a sério, mas quem pensa em cancelar seu pacote de viagem deve pensar bem. “O número de pessoas infectadas perante o volume populacional é muito pequeno. No Brasil, por exemplo, temos quase 200 milhões de habitados e 625 pessoas com a gripe.”

Assitência ao viajante

Com o aumento do número de casos, a procura por seguros de viagem está crescendo. A Travel Ace, uma das empresas mais atuantes em viagens que têm datas determinadas, registrou aumento de 15% nas vendas em relação ao mesmo período do ano passado.
Antes de fechar negócio com qualquer empresa, certifique-se de que ela cobre serviços de que possa precisar no caso de pegar uma doença durante a viagem, como gastos com medicamentos e internação.

Folha de São Paulo