A três horas de voo a partir de São Paulo moram as boas compras de Natal. Com a diferença de aproximadamente “dois por um” do peso em relação ao real, os preços andam bastante convidativos em Buenos Aires aos bolsos brasileiros.
Então, prepare-se para bater pernas. E para encarar uma calle Florida -rua que concentra um grande número de lojas e turistas aos montes à procura de bons preços-, ainda mais movimentada que o normal. Para Ruben Ali, diretor de Turismo e Cultura da Câmara de Comércio Argentino Brasileira de São Paulo, vale a peregrinação. “Não diria que os preços estejam absurdamente baratos, mas estão convenientes.”
A turismóloga Maria Laura Nascimento, 25, apostou na combinação “preço baixo, câmbio favorável e proximidade do Brasil” para fazer comprinhas na capital argentina no final de março. “Roupas, tênis e perfumes estavam muito mais em conta do que no Brasil. O que mais me chamou a atenção foi um shopping na calle Florida que tem marcas famosas a preços muito bons”, diz.
Quando vai a Buenos Aires, Maria Laura procura ainda por peças de couro. “Jaquetas e sapatos de couro da Argentina costumam ser muito bons. E duram bastante”, diz. A assistente-executiva Camila Carrasco, 29, esteve na cidade neste mês, e também achou os preços em conta. “Não sou a pessoa mais consumista do mundo. Mas, com a desvalorização do peso, está bem legal comprar roupas, calçados e livros na Argentina”, afirma.
Ela não fala o mesmo sobre os produtos eletrônicos. Mas diz que vale a pena para quem quiser passear aproveitando para “dar um up” visual e no guarda-roupa.
Design e suvenires
Para comprar roupas mais personalizadas, e até de estilistas que começam a despontar, a dica é ir ao bairro de Palermo. Uma espécie de Vila Madalena -reduto boêmio paulistano- de Buenos Aires, a região concentra lojinhas de design e restaurantes modernos.
Quem quiser apostar nas lembrancinhas pode ir à feira de San Telmo, que acontece aos domingos. Tomada por turistas, artistas de rua e dançarinos de tango, passear pela feirinha exige paciência. Mas uma boa garimpada rende valiosos achados. E você ainda aproveita para conhecer os antiquários e as galerias de arte da região.
Ana Sousa e Priscila Pastre-Rossi
Folha de S.Paulo