O sonho de barrar o aquecimento global estocando o carbono que sai das usinas termelétricas pode esbarrar no alto risco de vazamento, diz um estudo publicado neste domingo (27).

Os países ricos já investiram bilhões de dólares em tecnologias de CCS (captura e armazenamento de carbono, na sigla em inglês), uma tecnologia que ainda está no estágio experimental.

Nessa tecnologia, o CO2 seria retirado das chaminés e, em vez de ser lançado na atmosfera, onde colaboraria com o aquecimento global, seria levado ao fundo do oceano ou guardado em poços vazios de petróleo, muito abaixo do solo.

Os entusiastas da CCS dizem que a técnica poderia oferecer tempo para que os países se adaptassem a uma economia mais verde, emitindo menos carbono.

Os críticos, por outro lado, dizem que poderia ser perigoso se o gás voltasse à atmosfera. Eles argumentam também que o custo financeiro, ainda desconhecido, poderia ser grande demais.

A nova pesquisa, publicada na revista científica Nature Geoscience, entra no debate ao listar preocupações relacionadas à CCS. Se o carbono fosse jogado no fundo do oceano, ele iria contribuir com a acidificação dos mares, diz o autor, Gary Shaffer, professor Centro Dinamarquês para a Ciência do Sistema Terrestre. Os perigos para a cadeia alimentar seriam grandes. Seria grande o risco de o carbono retornar à atmosfera com as correntes marítimas e tempestades.

O armazenamento abaixo do solo seria uma opção melhor, mas há sempre o risco de vazamento. Um terremoto poderia criar grande perigo, diz o trabalho. O gás seria estocado por milhares de anos, se tornando um problema para as próximas gerações.

FSP