SÃO PAULO, 1o de fevereiro (Reuters) – A Cosan anunciou nesta segunda-feira negociações com a Shell para a formação de uma joint-venture de US$ 12 bilhões que vai reunir sob um mesmo teto operações de açúcar, etanol, distribuição de combustíveis e pesquisa de desenvolvimento. O negócio será concretizado ainda hoje, segundo a assessoria da Cosan.

Segundo o diretor financeiro da Cosan, Marcelo Martins, o negócio deve gerar um faturamento bruto anual de R$ 40 bilhões.

A companhia assinou na véspera um memorando de entendimento para negociações exclusivas por 180 dias para a formação da joint-venture que vai unir os negócios da Cosan de açúcar e etanol, incluindo co-geração de energia, com ativos de distribuição e comercialização de combustíveis da Shell no Brasil, além da participação da petrolífera em empresas de pesquisa e desenvolvimento a partir da biomassa.

O valor dos ativos a serem transferidos pela Cosan à associação soma US$ 4,925 bilhões. A companhia ainda vai migrar dívidas líquidas de cerca de US$ 2,524 bilhões.

Enquanto isso, a Shell vai fazer em até dois anos aporte em dinheiro na joint-venture de cerca de US$ 1,625 bilhão e valor “contingente” estimado em US$ 300 milhões ao longo de cinco anos, “a título de contribuição adicional baseada em ganhos futuros da estrutura conjugada”.

Segundo a Cosan, maior empresa de açúcar e álcool do país, a associação será “possivelmente” implementada por meio da criação de duas companhias. Uma ficaria a cargo de açúcar, etanol e co-geração de energia. A outra ficaria com os ativos de distribuição de combustíveis, que será a terceira maior do setor do país, com 4.500 postos de combustíveis no Brasil.

A Cosan vai dar mais esclarecimentos sobre a operação proposta ainda nesta segunda-feira.

A companhia vai deixar de fora da associação suas atividades com produção e venda de lubrificantes, atividades logísticas da Rumo Logística, propriedades agrícolas e marcas de alimentos, como “Da Barra” e “União”.

UOL