Frustração. Este foi o resultado para quem participou da conferência sobre segurança alimentar convocada pela FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura), no início do mês, com o mesmo pensamento do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, que vê nos biocombustíveis o elemento-chave para uma “revolução” não só na matriz energética mundial, mas também no desenvolvimento dos países mais pobres (África, Caribe e América Central).  Lula foi enfático ao defender o uso dos biocombustíveis frente aos que o culpam pela alta do preço dos alimentos e responsabilizou o petróleo e o protecionismo pela atual crise. O evento, em Roma, teve a participação de quase 500 chefes de Estado e de Governo.

O presidente brasileiro também disse estar desolado pelo fato de que muitos dos que responsabilizam o etanol pelos altos preços dos alimentos são os mesmos que há décadas mantêm políticas protecionistas em prejuízo dos agricultores dos países mais pobres e dos consumidores de todo o mundo.

Não foi produzido no encontro nada que ajudasse a empurrar o projeto do governo brasileiro, assim como também não houve nenhuma condenação. No entanto, a declaração de Roma não impedirá o Brasil de produzir etanol, mas atrapalha o projeto de transformá-lo em “instrumento importante para gerar renda e retirar países da insegurança alimentar e energética”, como disse Lula em seu discurso em Roma.

A declaração final da cúpula que a (ONU) Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) propôs em Roma foi aprovada, com os compromissos de eliminar a fome do mundo e de não utilizar os alimentos como um instrumento político e econômico. De acordo com Jacques Diouf, diretor-geral da FAO, os resultados obtidos após a cúpula sobre segurança alimentar estiveram “à altura das expectativas”.  Diouf se mostrou satisfeito por ter havido um consenso que permitiu a aprovação de uma declaração, apesar de o texto ter recebido críticas de países como Argentina, Cuba, Venezuela, Equador, Bolívia e Nicarágua, que condenaram a falta de medidas reais para a erradicação da fome no mundo.

Revista Ecoturismo