Ao longo dos últimos 20 anos, a fama de Eike Batista, mineiro, 51 anos, teve três sustentações distintas. A primeira se deveu à mulher, a modelo Luma de Oliveira, com quem foi casado por 13 anos. Ofuscado pelo sucesso de Luma, Eike criou, nos anos 90, negócios bem- sucedidos -como uma mineradora de ouro, que vendeu por US$ 1 bilhão- e outros nem tanto -como uma marca de cosméticos.

A segunda, em uma fase mais recente, forjou-se logo após a separação, ocorrida em 2004. Nos quatro anos seguintes, Eike mostrou-se bem-sucedido em criar empresas nos setores de infra- estrutura e de commodities e, na sequência, vender (muito bem) fatias delas, aproveitando-se da euforia da economia mundial. Tendo aproveitado como poucos o ciclo de crescimento econômico e das commodities, Eike pavimentou a base mais recente da fama. Em três anos, sua fortuna saltou de US$ 1 bilhão para US$ 7 bilhões, o que lhe valeu o título de brasileiro mais rico do país, segundo a “Forbes”.

Eike ainda mantém negócios “menores”, como um restaurante chinês na zona sul do Rio. Além disso, financiou a despoluição da Lagoa Rodrigo de Freitas e doou dinheiro para a campanha do Rio como sede das Olimpíadas de 2016. Há dois meses, anunciou a construção de um polo imobiliário no norte fluminense, que batizou de “Cidade X”. X é a letra que acompanha o nome de quase todos os seus empreendimentos. É uma superstição que, segundo ele, assegura a multiplicação de riquezas. Mas, como controlador de menor porte em que se transformaria caso entrasse no controle da Vale, ninguém aposta que teria força para transformá-la em Valex.

Folha de S. Paulo