O governo do Haiti divulgou um novo balanço de mortos devido ao forte tremor que atingiu o país há uma semana. São 75 mil mortos e 250 mil feridos, além de um milhão de desabrigados.

Se a estimativa do governo haitiano se concretizar, serão 200 mil mortos que colocarão a tragédia entre as dez piores da história. Hoje, a OMS (Organização Mundial da Saúde) acredita em 100 mil mortes.

Exatamente uma semana após a tragédia deflagrada por um terremoto de 7 graus na escala Richter, a capital Porto Príncipe está devastada, com milhares de habitantes famintos e incontáveis mortos, enterrados e à espera de enterro.

Entre os mortos estão estrangeiros de pelo menos 25 nacionalidades e 19 brasileiros. Entre eles, a médica Zilda Arns, fundadora e coordenadora da Pastoral da Criança, e Luiz Carlos da Costa, o segundo civil mais importante na hierarquia da ONU (Organização das Nações Unidas) no Haiti e o brasileiro no mais alto posto da organização.

Primeiro país independente da América Latina, o Haiti agora depende da mobilização internacional iniciada logo após o tremor. A ajuda, no entanto, enfrenta a barreira logística -a dificuldade de distribuir alimento e água a milhares espalhados em acampamentos improvisados, dormindo ao relento, sob uma paisagem de destroços e corpos em decomposiçãO.

O Brasil lidera as tropas da missão de paz da ONU no país, com 1.266 militares -número que pode dobrar, segundo o Exército, para ajudar na reconstrução do país. A Minustah, como é chamada a missão da ONU no Haiti, tem contingente de cerca de 9.000 pessoas, pouco mais de 7.000 delas militares.

As consequências do terremoto vão além da destruição de patrimônio em um país com elevados índices de doenças como Aids, tuberculose e malária. Para médicos no Haiti, o pior ainda está por vir.

O Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, prevê surtos de doenças infecciosas. “Há as variedades de doenças típicas daqui, mas certamente haverá uma piora depois de um desastre como esse”, afirmou à agência Reuters Steven Harris, diretor médico do CDC no Haiti.

Folha de São Paulo