A alta no preço do etanol provocada pela crise no abastecimento levou a Petrobras da condição de exportadora de gasolina a importadora. A empresa espera para a próxima semana um navio com 2 milhões de barris, da Venezuela, para fazer frente ao aumento de consumo do combustível.

A decisão de importar gasolina venezuelana foi tomada em janeiro, quando a vantagem do preço da gasolina sobre o do etanol se ampliou, tornando-a mais competitiva em 25 dos 26 Estados e no Distrito Federal, segundo o diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa.

Ele confirmou que a empresa “sempre teve autossuficiência em gasolina” e que ainda exportava parte do que produzia.

Segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo), no ano passado o país exportou de 700 mil a 2 milhões de barris por mês. As importações de gasolina vinham em volume irrisório nos dois últimos anos -menos de mil barris anuais, incluindo outras distribuidoras.

“A alternativa seria produzir menos diesel nas refinarias para produzir mais gasolina, já que a capacidade de refino é limitada. Isso nos obrigaria a importar o diesel, o que é mais caro”, diz Costa, sem revelar o valor do contrato com a Venezuela. Segundo o “Estado de S.Paulo”, a encomenda custará US$ 140 milhões à Petrobras.

O volume importado de 2 milhões de barris deve durar um mês e meio e equivale a 20% da produção mensal de gasolina no país.
O preço do etanol vem subindo, segundo os produtores, devido a problemas com a safra provocados por excesso de chuva e à alta do preço do açúcar no mercado internacional.

Folha de São Paulo