A fundação conturbada do Facebook deixou à empresa uma série de problemas jurídicos a resolver.

Na semana passada, por exemplo, um juiz norte-americano decidiu bloquear temporariamente qualquer transferência de ativos da empresa. Ele atendeu a um pedido do nova-iorquino Paul Ceglia, que alega ser proprietário de 84% do site.

Ceglia diz ter assinado um contrato com o cofundador e executivo-chefe da empresa Mark Zuckerberg, em 2003, para desenvolver e fazer o design de um site.

Os termos do contrato designaram à Ceglia um pagamento de US$ 1 mil e participação de 50% no produto, que acabou sendo lançado como thefacebook.com, de acordo com o processo.
O contrato também previa que Ceglia “iria adquirir uma participação adicional de 1% no negócio por dia até que o site fosse concluído”.

Segundo o processo, em 4 fevereiro de 2004, a participação Ceglia no Facebook chegou a 84%. O registro do endereço thefacebook.com é datado de janeiro de 2004.
O Facebook afirmou que o processo é “insignificante” e disse ter pedido que a ordem que restringe a transferência de ativos seja derrubada.

Histórico
Criado em um dormitório de Harvard com os investimentos iniciais do brasileiro Eduardo Saverin, segundo livros consultados pela Folha, o Facebook gerou um embate entre seus fundadores.
As desavenças entre os dois começaram a ficar evidentes quando, revoltado com as decisões de Zuckerberg, Saverin congelou a única fonte de dinheiro da empresa, segundo o “Bilionários Acidentais”. A briga evoluiu e foi parar na justiça.
As partes chegaram num acordo em 2009, mas os detalhes são desconhecidos. David Kirkpatrick, autor de “O Efeito Facebook”, diz não ter conseguido entrevistar Saverin porque o brasileiro está proibido por contrato de falar sobre Facebook. Ele teria, segundo o livro, 5% das ações da rede social.